Um escritor latino-americano, não me lembro qual, escreveu um dia: "não tenho imaginação, o que tenho é má memória". Isto vem a propósito de há cerca de um ano, quando o Zé Fernando me mandou as fotografias do encontro, eu ter comentado: "zé-fernando-não-conheço-ninguém-há-rostos-que-não-me-são-estranhos-mas-não-consigo-dizer-um-nome!!!".
Claro que era um exagero. Lembrava-se do Victor, do Zé Fernando, do Zé Maria, do Mário. Mas onde estavam as mulheres da minha vida, onde estavam a Graça, a Felícia, as Fátimas, a Margarida???
Prometo que vou rever as fotografias e fazer este exercício de rememoração para um reencontro mais intenso e mais profícuo. Para mim não é uma viagem ao passado, é mais um regresso a uma cidade e a um tempo em que fui feliz e em que sonhei muitas vezes com aquilo que sou e faço hoje.
Filipe Súcia Fernandes
Lisboa
Nota editorial
O Súcia tem agora o nome artístico de Filipe S. Fernandes. Foi jornalista de Semanário, Fortunas & Negócios, Diário Económico e Jornal de Negócios. É director-adjunto da revista Exame. Publicou os livros “Negócios Vigiados”, “Fortunas & Negócios - Empresários do Século XX” e “Organizem-se - A Gestão Segundo Fernando Pessoa”, "Os Excomungados de Abril" (com Hermínio Santos), "Os 20 Anos do Diário Económico". Coordenou "Memórias de Economista".
Claro que era um exagero. Lembrava-se do Victor, do Zé Fernando, do Zé Maria, do Mário. Mas onde estavam as mulheres da minha vida, onde estavam a Graça, a Felícia, as Fátimas, a Margarida???
Prometo que vou rever as fotografias e fazer este exercício de rememoração para um reencontro mais intenso e mais profícuo. Para mim não é uma viagem ao passado, é mais um regresso a uma cidade e a um tempo em que fui feliz e em que sonhei muitas vezes com aquilo que sou e faço hoje.
Filipe Súcia Fernandes
Lisboa
Nota editorial
Filipe...Filipe... Sucia. Hmmmm... Penso k me lembro. Largo da Ajuda, talvez?
ResponderEliminarTalvez seja melhor assim.
ResponderEliminarCaro Zé,
ResponderEliminarNão é nada melhor assim, digo eu. Se o Súcia não se lembra, pior para ele.
Quem anda pelo Porto, acaba camiliano. Por isso aqui vai Camilo contra o escriva latino-americano inonimado:
“Eu não tenho imaginação, tenho memória e memória do que vi, do que senti, do que experimentei. Se descarno as pinturas, se descrevo uma cena friamente, é porque assim os olhos, que a viram, a levaram à alma, que a imprimiram em si.”
Camilo Castelo Branco ("Vingança")
Zé Fernando
Ah! Grande Camilo!
ResponderEliminar...bem bem..estou encantada com o blogue, com as fotos e com os comentários...já tenho pena de não ter sido da vossa turma...
ResponderEliminarVi as fotografias, li os nomes e mesmo assim não consegui identificar-me com uma turma (tribo).
ResponderEliminarIdentifico o Filipe pela fotografia, o rosto não sofreu alterações, recordo os nomes Tadeu e “bombeiros de Cête”, “a sua camisola peculiar nas aulas de educação física”; Barreto “Alpendurada ou por ali”; Nunes “Cête ou por ali”; Santos “ Travanca”; Abílio “ centro de Penafiel”;
Alvorada “bolas de berlim, snooker, bilhar livre, conversas interessantes e provavelmente outras não”, Prof. de Filosofia com um sorriso angélico, calmo, onde as aulas e a anarquia caminhavam para o deslumbramento “cigarros, fumo, estalinhos de carnaval, discussões acesas, liberdade”(interessante, só me recordo deste); o rapaz que chegou das ex-colónias (não me lembro do nome).Os jogos de futebol, o Babo, o Moreira, havia outro, todos oriundos de Caíde, os cachorros no bar servidos pela senhora....
A sala de aula com janela para o recreio...o campo de jogos...as brincadeiras...
Concluindo, a minha turma foi “todos os outros que por lá andaram, mais ano,menos ano”.
Abraço
Manuel Jorge Araújo Pereira Soares
ou
Jorge
ou
Jorge Araújo
ou
Jorge Soares
ou
Manuel Jorge Soares
"...os cahorros servidos pela senhora..." Margarida e, mais tarde, pelo Sr. Soares.
ResponderEliminarHM